DESEMPENHOS...

 

Desempenhos ofensivo e defensivo ditam sorte de mandantes e visitantes no Brasileirão

Botafogo domina em casa e fora. Veja nas classificações como está o teu time e compare o desempenho de cada um a partir da expectativa de gol pelas métricas de xG

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Comandado pelo técnico português Luís Castro, o Botafogo sobrou no primeiro terço do Brasileirão, se tornando o melhor mandante e o melhor visitante da competição. Desde 2011, o melhor visitante fica com o título de campeão. Entre as campanhas caseiras, São Paulo e Athletico-PR foram os que mais se aproximaram. Dos forasteiros, Cruzeiro e Atlético-MG tiveram esse papel.

 

Botafogo venceu todas as seis partidas que disputou em casa, enquanto São Paulo e Athetico-PR não conseguiram acompanhar por terem perdido um jogo em seus domínios. Mas além da tabela de classificação, apresentamos os desempenhos a partir da expectativa de gols (xG), que considera as características de cada finalização em comparação com 96.457 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 3.919 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 (veja a metodologia no final do texto).

 

Mandantes

Agora com gramado sintético, o estádio Nilton Santos tem sido até aqui garantia de três pontos para o Botafogo no Brasileirão. A equipe carioca brilha com a melhor defesa caseira, um único gol sofrido em seis jogos. O melhor ataque é o do Grêmio, com média de 2,43 gols marcados sete partidas disputadas em casa. Devido à diferença no número de jogos, que varia entre cinco e sete, a classificação está organizada pelo aproveitamento percentual de pontos ganhos.

 

Na busca pelo título, o que conta é fazer mais gols do que o adversário. O resto é análise. E com o objetivo de entender o que está acontecendo dentro de campo, apresentamos abaixo o nível de ameaça que os clubes impuseram e sofreram nas 12 primeiras rodadas e se eles conseguiram superar ou não o que as características das conclusões levavam a esperar dessas jogadas.

Funciona da seguinte forma: 76% das cobranças de pênalti viraram gol, então, considera-se que um pênalti tem expectativa de 0,76 xG. Se o cobrador faz o gol, ele tem um desempenho positivo de 24% acima do que se esperava dele; se ele perde, o desempenho foi negativo em 0,76 xG porque não conseguiu cumprir o que se esperava daquela finalização.

 

A cada nova finalização, essa pontuação é adicionada ao desempenho, que considera também cada finalização dos adversários. Estatísticamente, quem consegue maior pontuação teve maior chance de conquistar a vitória. Veja como estão os mandantes.

 

Visitantes

Com a vitória sobre o Palmeiras na rodada passada, em São Paulo, o Botafogo unificou à condição de melhor mandante, que já lhe pertencia, a de melhor visitante do Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro está com o melhor ataque forasteiro, com média de 2,2 gols por partida fora de casa, e o Palmeiras está com a melhor defesa, com média 0,67, apenas quatro gols sofridos em seis jogos.

Com a mesma lógica, analisamos a partir da métrica de gols esperados (xG) em quais pontos os visitante conseguiram superar ou não as expectativas criadas com as finalizações contruídas e sofridas na média das partidas. Mais abaixo, analisamos os destaques dos cinco primeiros colocados da classificação geral.

 

Grêmio 

Grêmio está invicto em casa após sete jogos, com cinco vitórias e dois empates, e aproveitamento de 81%. Disputou cinco partidas fora de casa, com 40% de aproveitamento, oitavo desempenho, com duas vitórias e três derrotas.

 

Em casa, o Grêmio conquistou 3,5 pontos a mais do que se esperava da equipe, e fora, 2,3 pontos a mais.

Na Arena do Grêmio, a partir da produtividade geral, o nível de ameaça que a equipe impôs aos adversários tinha potencial para que fossem marcados entre 12 e 13 gols, mas o time conseguiu fazer 17 gols, superando a expectativa em 4,6 gols, uma vantagem competitiva.

 

Fora de casa, o Grêmio conseguiu um gol a mais do que se esperava, e pode-se considerar que foi o marcado na vitória por 2 a 1 contra o Athletico-PR, em Curitiba.


Metodologia 

O potencial de ataques e defsas no Brasileirão 2023 é baseado nas probabilidades estatísticas pelos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 96.457 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.919 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.

 

São consideradas a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

 

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

 

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo).

 

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Vitória Lemos. 

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