Entenda o método de Rossi, do Flamengo, para pegar pênaltis
Goleiro argentino chega com fama de pegador de pênaltis após passagem pelo Boca Juniors
Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ
Confirmado pelo Flamengo no final da última semana, o goleiro argentino Agustín Rossi chega com fama de pegador de pênaltis. Algo que realmente procede. Principalmente se comparado a Santos, arqueiro que hoje é reserva no rubro-negro e sofreu críticas da torcida pela pouca efetividade em chutes da marca da cal. Vamos entender melhor, porém, qual é o método usado por Rossi para se destacar, além de aprofundar em outras características de seu jogo.
Rossi chega ao Rio para se apresentar ao Flamengo
Traçar um comparativo com Matheus Cunha, atual titular da meta rubro-negra, quando o assunto são os pênaltis é mais difícil. Até o momento, Matheus teve apenas duas penalidades contrária entre os profissionais. Defendeu uma delas no último sábado, mas fazer uma análise do padrão de comportamento dele é impossível.
Com Santos é possível, e aí entra o primeiro fator surpreendente. O campeão da Libertadores e da Copa do Brasil usa a mesma tática de Rossi. Espera até o último momento para definir o canto. Ambos só tomam a decisão quando o cobrador abaixa a cabeça, e pegam como referência o pé de apoio do adversário. O posicionamento dele, muitas vezes indica a direção que a bola vai. É um processo natural do corpo.
Muitas vezes isso é driblado, principalmente em cobranças que vão ao meio do gol, ou diante de rivais que aguardam a definição do goleiro com muita frieza. Gabigol é um exemplo de jogador que tem tal estratégia, mas é algo raro com tanta precisão e nível baixo de erro.
Então o que os diferencia? Primeiro o tamanho e a envergadura. Rossi é cerca de cinco centímetros maior do que Santos. Consegue ter um alcance mais amplo com os braços. Em segundo lugar, a leitura do pé de apoio do adversário. O argentino consegue fazer o mapeamento com mais precisão.
Se considerarmos os últimos 20 pênaltis cobrados contra cada um deles, Rossi acertou o lado da batida em 65% deles. Santos chega a 45% no mesmo quesito. Enquanto o argentino defendeu cinco das 20 cobranças mais recentes. O brasileiro pegou três.
Os números de Rossi poderiam ser ainda melhores se a velocidade de reação dele fosse mais apurada. Este é um detalhe a ser trabalho pela comissão técnica do Flamengo não só nos pênaltis. Não são poucos os lances que o ex-Boca Juniors chega na bola, mas não consegue evitar o gol. Ganhar frações de segundos para reagir mais rápido seria decisivo.
Outro detalhe positivo de Rossi é o fato de tomar boas decisões no jogo com os pés. Está habituado a fazer o trabalho que Jorge Sampaoli gosta. Reter a bola para atrair uma pressão e passar ao companheiro livre. É preciso em passes longos ou curtos, mesmo quando é acossado. Sai da meta para atuar de forma adiantada quando o time tem a posse de bola e o adversário recua o bloco de marcação
Pode ser um goleiro mais agressivo nas saídas pelo alto e nas coberturas nas costas da zaga. Mantém um bom posicionamento embaixo das traves, mas precisa dobrar menos os joelhos em situações de mano a mano. Por vezes abaixa muito o corpo quando o atacante sai de frente com a meta e possibilita finalizações firmes e altas.
O Flamengo contratou um arqueiro que pode fazer a diferença em disputa por pênaltis, mas que não está tão acima tecnicamente dos demais nomes da posição do elenco com a bola rolando. É mais experiente do que Matheus Cunha e vive melhor fase em relação a Santos. Esses fatores podem lhe dar sequência na equipe.
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