Treta no vestiário e clima de cobrança: os bastidores da derrota do Corinthians na Libertadores
Elenco do Timão tem se desentendido com frequência neste início de temporada. Em Guayaquil, atletas bateram boca e precisaram ser contidos por Fabinho Soldado
Por Bruno Cassucci, Edgar Alencar, José Edgar de Matos e Yago Rudá — São Paulo
Os bastidores do Corinthians estão quentes. Em Guayaquil, no Equador, onde a equipe foi derrotada pelo Barcelona, por 3 a 0, pela Conmebol Libertadores, o vestiário alvinegro foi palco de um bate-boca entre jogadores durante o intervalo. Não é a primeira vez que os atletas discutem nesta temporada.
Relatos de diferentes fontes ouvidas pelo ge dão conta de um clima de irritação e cobranças mais acaloradas, porém sem agressão física.
No Estádio Monumental de Guayaquil, o diretor executivo de futebol do Timão, Fabinho Soldado, esperava os jogadores no túnel que dá acesso ao vestiário e notou a animosidade. Ao entrar no local e presenciar a discussão, ele pediu para que os ânimos se acalmassem.
Um dos mais irritados foi o atacante Memphis Depay, que já havia demonstrado incômodo no gramado na reta final do primeiro tempo, gesticulando para o banco de reservas e também para os companheiros.
Também em campo, na etapa inicial, Matheuzinho e Breno Bidon bateram boca em tom de cobrança.
No geral, as desavenças têm relação com questões vistas como "normais" do futebol, tais como posicionamento na marcação, movimentação e tomadas de decisão em campo.
Pessoas ligadas ao Corinthians e aos jogadores ouvidas pela reportagem garantem que os desentendimentos fazem parte da rotina de um grupo de atletas de alto rendimento. O clube não quis se manifestar de forma oficial sobre o episódio.
Após o jogo, o capitão Romero foi um dos atletas a pedir a palavra e discursar para amenizar o clima de frustração no elenco. O paraguaio foi o único atleta a passar pela zona mista e conversar com a imprensa na saída do estádio.
Recentemente, um caso parecido já havia ocorrido no Timão, quando enfrentou a Universidad Central, da Venezuela, em Caracas, também pela Conmebol Libertadores.
– Depois do jogo, só faltou a gente sair na mão entre nós, tá ligado (sic)? É uma cobrança que temos que fazer entre nós porque sabemos da nossa capacidade. Infelizmente, não produzimos nem 1% daquilo que podemos produzir.
– A questão de sair na mão que eu falo é mais de cobrança, sabe? Subimos um pouco o tom da conversa, falamos o que achamos do jogo, o que podemos melhorar e a postura que temos que ter – explicou o lateral Matheuzinho em entrevista ao Podpah.
O Corinthians volta a campo no domingo, às 18h30, contra o Santos, pela semifinal do Paulistão, em jogo único, na Neo Química Arena. Depois disso, o Timão tem dura missão na Libertadores.
No dia 12, quarta-feira, às 21h30, também em Itaquera, o Corinthians recebe o Barcelona pelo jogo de volta da terceira fase, valendo uma vaga na fase de grupos. Como perdeu por 3 a 0 na ida, o Timão precisa vencer por quatro gols para avançar ou por três para levar a decisão aos pênaltis.
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