TÁ DANDO CERTO...

Centroavante no Japão, Ratão diz que "poderia mais no Bahia" e deixa futuro em aberto: "Feliz aqui"

Emprestado pelo Tricolor ao Cerezo Osaka, atacante se destaca em nova função e elogia a vida no oriente em entrevista exclusiva ao ge

Por Rafael Teles — Salvador





Em janeiro deste ano Rafael Ratão foi emprestado pelo Bahia ao Cerezo Osaka, do Japão. Em entrevista exclusiva ao ge, o atacante contou que a passagem pelo Tricolor não foi como esperava, mas nos últimos cinco meses encontrou no oriente o caminho para voltar a brilhar em campo, agora como centroavante.

"Estou muito bem aqui. Adaptado ao país, cultura e estilo de jogo", resumiu Ratão.

O atacante de 29 anos foi contratado pelo Bahia em 2023. Depois de lutar contra o rebaixamento no primeiro ano do Grupo City e conquistar uma vaga na Libertadores na temporada seguinte, Rafael Ratão ficou fora dos planos do clube para 2025. Ao ge ele contou que esperava ter jogado mais e citou as poucas chances como titular como principal razão para a saída.

- Eu cheguei com o time em má fase, brigando contra o rebaixamento. O treinador era o Paiva, que agora está no Botafogo. Eu estava no processo de pegar a parte física, estava voltando de férias, no Brasil já era metade da temporada. É diferente chegar de férias e o time com 30 jogos. Aí eu comecei a jogar os jogos, pegando ritmo, fui fazendo gols. Depois o Ceni chegou, eu tive algumas chances, mas já não estava mais entrando nos últimos jogos. Fiquei sem minutagem - inicia o atacante.

- Mas eu vejo do ponto de vista de que eu sempre fiz minha parte, procurei ajudar, fiz alguns gols, assistências. Pela minha minutagem, não foi como eu queria, acho que poderia mais, mas não depende só de mim. São vários fatores né?! A gente respeita as escolhas dos treinadores. Acho que faltou isso, mais minutagem, tempo, jogos. Jogador tem que estar jogando, pegar sequência como titular para chegar em seu melhor nível - completa Rafael Ratão.

No Japão, o atacante encontrou uma nova cultura e também mudou a função em campo. Ele chegou ao Cereso Osaka para atuar como centroavante e aprovou a novidade. São 14 gols marcados e três assistências em 28 jogos no oriente. Mesmo em menos tempo, os números já superam a passagem pela Cidade Tricolor.

- Experiência nova. Quando o diretor daqui me ligou, eles falaram que queria me usar como um nove. Mas não um nove parado. Eles queriam um nove mais móvel, e algumas vezes em outras equipes eu já joguei assim. Para mim está tranquilo, é uma posição que eu posso trabalhar, evoluir, só preciso de tempo. A maior parte de minha carreira eu joguei de ponta, então preciso pegar um pouco de experiência. No começo é difícil adaptar, pegar questões de posicionamento, movimento, mas aos poucos fui evoluindo e hoje me sinto bem - comemora Rafael Ratão.

Ratão é vice-artilheiro da J-League, a Liga Nacional do Japão, e já igualou a melhor temporada em gols da carreira. Em 2021/22, pelo Slovan Bratislava, da Eslováquia, ele também marcou 14 gols, mas precisou de 35 jogos para chegar ao número que tem tudo para ser superado no Japão.

- Claro que ainda tenho que evoluir, mas me sinto bem. Estou gostando muito. Eu sempre fui um ponta com bom número de gols. As pessoas sempre comentaram que eu tinha perfil de nove, que sabia finalizar. Então foi uma coisa que facilitou quando mudei de posição. Encaixou bem, as coisas estão dando certo, os gols estão saindo. Eu gosto muito de fazer gol, me cobro muito. E como nove tenho mais chances de fazer gol, estou mais perto do gol - finaliza o atacante.

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